domingo, 26 de abril de 2009

Poeminho do Contra

Photo by autor desconhecido


"Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!"

Mario Quintana

Sobre Viver

Photo by JRD

“Observando o mundo

do alto da colina

percebo, mais uma vez,

que somos pequenos demais.

Fazemos parte de tudo isto

embora não sejamos parte de tudo aquilo,

porque não fazemos nossa parte,

em tudo isto.

Usurpamos nosso planeta

sem pensar em nossos netos.

Não olhamos mais as estrelas,

nem os pássaros.

Estamos preocupados demais,

em sobre-viver,

mais um dia,

nessa grande agonia

dia-após-dia.

Competimos por espaço

com nossos semelhantes,

silenciosa+maliciosamente.

Quando percebemos,

nossos ideais e nossos mitos

não nos servem mais.

Foram corroídos pela sobrevivência

do individuo-coletivo,

sem ideal e nada mais.

Mas, "por apenas mais um dia",

não faz mal.

E, assim a vida passa

e não se pode dizer

que fomos maus

com nosso planeta,

ainda que ele esteja

em ultimo plano

etecetera-e-tal."


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Legado

Photo by JRD

“Quero ter tempo

para antes de partir,

poder dizer: Vim, vivi e vi

e tive o prazer de estar aqui,

e poder deixar

um legado de realizações,

para que outras gerações

possam usufruir,

deixando a certeza

de que cumpri

com minha parte aqui.”

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Alcance Sem Esperar

Photo by autor desconhecido


“Se esperar cansa e

perde-se a esperança,

então se eu não esperar

alcanço sem me cansar."

Na Memória da História

Photo by Ronaldo Salame

“Os ponteiros do relógio

marcam a história,

e sem ponteiros,

perde-se a memória.

Memórias do tempo

em que os momentos

eram feitos de pequenos inventos,

e de pessoas.

Pessoas que contavam estórias

que ficaram marcadas

no tempo e na memória.

Mas o tempo passa,

e com muitos inventos,

aqui chegamos,

com tanta informação,

a qualquer hora.”

Ser ou ter ? Eis a questão !

Photo by autor desconhecido


“Se tenho, não sou

se sou, não tenho,

então, melhor ser,

tendo,

do que ter,

sendo.

Senão, não serei

aquilo que deveria ser,

porque tenho

o que queria ter,

e se ser é virtude

e ter é poder,

então não tendo,

sou, tudo aquilo

que quero ser.”

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sem Pressa mas Depressa

Photo by autor desconhecido


“Quando eu tinha dezoito

tinha pressa,

aos trinta nem tanto,

aos quarenta

queria retornar aos trinta

mas quando percebi,

não dava mais tempo,

estava com cinqüenta.

Então senti meu corpo tremer

ao ver o tempo correr,

mas como já era um pouco tarde

me restava apenas esperar os sessenta.

Aos sessenta percebi que poderia

ter ainda muito tempo pela frente

e vi, que havia vivido

muitas coisas até aqui,

e que não precisamos

estar tão preocupados com o tempo,

porque o tempo,

é só um movimento,

que passa e que foge todo o tempo de nós."

Melhor que ontem


“Serei eu ou será você,

que dirá que a vida

foi feita para ser vivida

e que muitas vezes

só percebemos isto

quando ela passou,

despercebida,

diante de nossos olhos,

e que o tempo que passou

não volta mais.

Portanto devemos viver,

cada momento,

intensamente,

viver cada dia,

como se fosse

o melhor dia

de nossas vidas,

buscando fazer sempre,

o melhor que pudermos fazer,

deixando um mundo

muito melhor para todos.”

Preciso de mais tempo


“Se em algum momento

eu cruzar com o Tempo,

direi a ele que me esqueça

e deixe-me seguir em frente,

deixando-me viver para sempre,

pois a vida é um dádiva

que nos foi dada como um presente,

mas ela passa tão rapidamente,

que a gente não sente,

e de repente vemos,

que ainda temos

muito o que fazer pela frente.

Então direi ao Tempo

que não tenho muito tempo

para fazer tudo que pretendo fazer

em minha passagem nesta vida,

e para que eu os faça

e que fiquem,

de forma permanente

retribuindo este presente,

precisarei que o Tempo

me dê mais tempo, para sempre."

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Eis a questão ...


“Estarei eu, certo ou errado

neste momento,

se penso

sobre o que é certo ou errado,

se o certo e o errado

podem estar perdidos no tempo,

e não serem parte

do contexto deste evento ?”

Eles Verão ou Não ?

Photo by JRD


“O que importa se eu não me importo

que eles vejam o problema,

através de uma porta,

em um dia de verão ?

E o que verão eles

se todos eles forem cegos

e não souberem nada

sobre aquele dia em questão ?”

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ser Feliz


“Terei eu que ter algo

que ainda não tenho,

para ser feliz ?

ou será que a felicidade

pode estar,

não naquilo que eu quis,

mas sim

naquilo que eu fiz ?”

VIVER


Mário Quintana

“Quem nunca quis morrer,

não sabe o que é viver

não sabe que viver

é abrir a janela

e pássaros, pássaros

sairão por ela

e hipocampos fosforescentes,

medusas translúcidas radiadas,

estrelas-do-mar, ah...

Viver é sair de repente

do fundo do mar e voar ...

cada vez mais alto,

como depois de morrer !”

Sabendo Usar Não Vai Faltar

Photo by JRD

“Sabendo usar não vai faltar.

Devemos cuidar melhor

de nosso Planeta,

nossa Gaia,

nossa Mãe Terra,

nosso lar,

que tudo nos dá,

sem nada cobrar,

desde o ar que respiramos,

até o mar que banha nossas costas,

mas, se continuarmos

maltratando-a com desprezo,

ignorando seus sinais

de aquecimento e esgotamento,

não teremos muito tempo

e não viveremos mais em Paz.”

Viver em Marte


“Saber viver é uma arte,

pois a vida é parte,

daquilo de que somos parte,

parte do principio de que,

se fizermos nossa parte,

estaremos cumprindo

com o compromisso

que temos com a Terra,

e não precisaremos

viver em Marte”

quarta-feira, 15 de abril de 2009

FELICIDADE REALISTA


Mário Quintana

"A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além da saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e
uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo
de vez em quando. Isso é pensar pequeno. Queremos AMOR, todinho maiúsculo.

Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados,
queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário,
queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade.

Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe
amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma bênção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando.
Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.

E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça,
com um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas,
trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.

Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos
mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.

A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas
ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está
de acordo com as regras, demita-se.

Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade
é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.

Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.
Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade."

CARTA AOS MORTOS


Affonso Romano de Sant'anna


"Amigos, nada mudou

em essência.
Os salários mal dão para os gastos,
as guerras não terminaram
e há vírus novos e terríveis,
embora o avanço da medicina.
Volta e meia um vizinho
tomba morto por questão de amor.
Há filmes interessantes, é verdade,
e como sempre, mulheres portentosas
nos seduzem com suas bocas e pernas,
mas em matéria de amor
não inventamos nenhuma posição nova.
Alguns cosmonautas ficam no espaço
seis meses ou mais, testando a engrenagem
e a solidão.
Em cada olimpíada há récordes previstos
e nos países, avanços e recuos sociais.
Mas nenhum pássaro mudou seu canto
com a modernidade.

Reencenamos as mesmas tragédias gregas,
relemos o Quixote, e a primavera
chega pontualmente cada ano.

Alguns hábitos, rios e florestas
se perderam.
Ninguém mais coloca cadeiras na calçada
ou toma a fresca da tarde,
mas temos máquinas velocíssimas
que nos dispensam de pensar.

Sobre o desaparecimento dos dinossauros
e a formação das galáxias
não avançamos nada.
Roupas vão e voltam com as modas.
Governos fortes caem, outros se levantam,
países se dividem
e as formigas e abelhas continuam
fiéis ao seu trabalho.

Nada mudou em essência.

Cantamos parabéns nas festas,
discutimos futebol na esquina
morremos em estúpidos desastres
e volta e meia
um de nós olha o céu quando estrelado
com o mesmo pasmo das cavernas.
E cada geração , insolente,
continua a achar
que vive no ápice da história."

A PRIMEIRA VEZ QUE ENTENDI


Affonso Romano de Sant'anna


"A primeira vez que entendi do mundo

alguma coisa foi quando na infância
cortei o rabo de uma lagartixa
e ela continuou se mexendo.

De lá pra cá fui percebendo que,
as coisas permanecem vivas e tortas,
que o amor não acaba assim e
que é difícil extirpar o mal pela raiz.

A segunda vez que entendi do mundo
alguma coisa foi quando na adolescência
me arrancaram do lado esquerdo três certezas,
e eu tive que seguir em frente.

De lá pra cá aprendi a achar no escuro o rumo
e sou capaz de decifrar mensagens
seja nas nuvens ou no grafite de qualquer muro."

Observando a rua que passa


“Cruzo a rua,

com milhares de pessoas

que caminham solitárias

como se fosse ilhas

em um vasto oceano.

Todos correm atrás do tempo

que flui,

olho para o rosto deles,

e parece-me que carregam, todos,

uma pergunta :

Ainda dá tempo ?”

Viva a vida intensamente !


“Tentei, mais uma vez,

entender a vida,

cuidadosamente.

Mas como entendê-la

se a vida não foi feita

para ser entendida ...

Foi feita apenas

para ser vivida,

como uma engrenagem.

Oh, vida !

Quanto tempo ainda me resta

para vivê-la intensamente ?”

Uma duvida quanto à vida


“A cada dia

a vida de todas as coisas

retorna à vida.

O que conhecemos da vida, afinal ?

A vida passa e não fica,

passando a cada momento.

Se nada crio ou invento,

não deixarei nada,

exceto o eterno movimento,

daquilo que vi e vivi

junto a ti.”

Linha reta


“A poesia transmite

os sentimentos do poeta,

aquilo que inspira,

uma imaginação incerta

que vagueia em sua mente,

como uma serpente

em linha reta.”

Consciência da inconsciência


“Tenho consciência

daquilo que conheço,

ainda que,

de forma inconsciente,

mas que, por muitos,

ainda é desconhecido.

Mais sei que

tudo aquilo que sei,

não é nada daquilo

que não sei

ou que deveria saber,

e, desta forma,

continuo sem nada dizer."


Fenômenos do tempo


“O que é o tempo afinal ?

Passado e futuro

podem ter sido hoje mesmo,

vividos em um lapso de tempo

em um breve ou longo momento,

de prazer e dor,

andando juntos,

em um eterno movimento.”

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ter ou não, eis a questão


“Não tive o que queria ter

mas, não importa

porque há também aqueles

que tem aquilo

que não queriam ter,

e esta talvez seja esta

a grande questão :

tenho mesmo que ter

aquilo, ou não ?”

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Luna


“Sou um manso recanto,

escorrendo pelo canto,

pulsando por enquanto,

como um grito de espanto

na noite clara sem luar."


E o vento levará ....



“Escrevo para o vento,
por alento,
enquanto ainda tenho tempo
....
in-pura poesia.”

Presente no passado


"Depois de ler o que vi,
pude ver que o que li
reflete o espelho do que vivi,
no presente-passado,
em minha história
muito próxima daqui" ...

domingo, 12 de abril de 2009

Aquarela


"Aqui, parado estou

a pensar sobre tudo,

e o que me vem a mente

é aquilo que sentimos

quando olhamos o poente

e vemos o vazio, preenchido

pelas cores quentes

sobre a água fria de um

mar ausente."


Sem solução


"Meu Deus !

Quanta indecisão,

de repente acho que sim,

depois acho que não,

já não sei o que fazer

para encontrar uma solução

que resolva então,

esta situação."

sábado, 11 de abril de 2009

Poemeus I

Escritos na Floresta da Tijuca sentando na Ponte Pencil da Cova da Onça em 10/04/2009; foi como um surto curto, no espaço vazio do tempo.

Enxergado os limites


"Concluo em um momento

que quanto mais

conhecimento tenho,

mais sofro no tempo,

sobretudo quando

entendo o movimento

das coisas

em seu devido tempo,

suas causas e conseqüências,

incluindo a ciência.

Seria o conhecimento

Uma forma, então,

de auto-punição ?

Ora, claro (que não) !

- Seria então uma forma de

enxergarmos os limites

entre o céu e o chão ?

- Talvez sim, talvez não."

Fazer nada


"Ai que prazer

estar aqui sentado

ouvindo este silêncio

verde/azulado

os piados e asas

batendo ao meu lado,

a água descendo

o seu rumo permanentemente

sem imaginar onde estará indo

e jamais imaginando

que voltará, um dia talvez,

sem a lembrança de nada que fez.

E eu aqui sentado

Refletindo sobre o que fiz

E sobre o que farei.

Ainda hoje talvez,

E talvez fazer nada

seja sensatez."

Decida !


"É tão fácil decidir

quando estamos sós.

Porém estar só

é algo tão raro,

que custa caro

decidir o que decidir."

A mente sente


"Aqui sentado estou,

ouvindo o córrego passar

e sob esta ponte rústica

me vem à mente

o que a gente sente

quando a mente sente

na sua presença,

a ausência dos outros."

Norteando


"Onde estou,

neste momento de introspecção,

senão em direção ao meu lado

esquerdo do peito,

onde penso a meu respeito

e que caminhos seguir ?

des-norte-ado estou

em direção ao sul ou ao leste,

Turquia talvez,

um minuto de sensatez,

é um sonho ?

me olho no espelho

e já não sei quem sou,

perdi-me

no vasto oceano das indecisões,

causadas pelos se/não da estrada

em direção a consciência-inconsistente

do conhecimento que (se)foi (adquirido)

ao longo do caminho,

encontro, mais adiante,

com meu outro eu,

que decide seguir em frente

ainda que de forma inconsciente."

Desafio a lucidez


"Quantos desafios, quantos sim

e quantos não.

Muitas vezes encontro-me

em profunda indecisão.

Por um fio de navalha,

não jogo tudo fora

mas não, penso e reflito

por um momento,

avalio o movimento, o tempo,

e o que virá no próximo evento,

e calo-me no vazio do meu peito,

sufocando mais uma vez

um momento de lucidez,

sábio ou burro talvez."

Poemeus II

Escritos no Corcovado em 11/04/2009 em uma manhã linda de Abril, a partir do exato momento que o artista sobre mim caiu.


Na linha do Horizonte


"Olho o horizonte longínquo

e me sinto ligado a fonte,

tamanha imensidão.

Tranquilo estou sob o sol,

de uma linda manhã de abril,

observo o gavião que passa

observando a mata

Em busca talvez de uma caça,

Observo o movimento das coisas

E percebo que aqui

neste planeta azul

tudo é movimento,

cada coisa

em seu próprio tempo."

Quando então ?


"Aqui parado escuto o tempo

em sereno e eterno movimento

e me pergunto :

- Por quanto tempo mais

estarei esperando

por este momento ?"

Momentum


"Daqui de cima observo o cais

vejo as nuvens negras chegando

o mar escurecendo

e isto reflete em mim

um momento sem fim,

um questionamento interminável

sobre mim mesmo,

se vou ou não vou até o fim.

Ouço uma voz interior que diz:

- Vim aqui para dizer que sim !

Fico, mas não até o fim !"

Refletindo sobre ...


"Diante desta imensidão verde,

Sinto-me um grão de areia

Mas sei que faço parte desta teia,

um privilégio indiscutível;

Ao refletir sobre isso,

Sinto meu corpo tremer

de emoção,

como posso reclamar então

se estou diante

de tanta vastidão;

Reflito mais uma vez então,

e dou-me conta de que

estou na terceira dimensão,

em um planeta azul

girando lentamente

em uma imensa escuridão."